domingo, 12 de outubro de 2008

Não sei Brincar



Por
Nazarethe Fonseca
Todos os direitos reservados à autora®

Eu não sei lidar com você.
Meu brinquedo, meu amor.
Toco-te e te faço mover a cabeça,
Sim e não, agora e sempre.

Mas eu não sei te fazer muito feliz.
Dou-me inteira e sempre vai faltar algo.
Minha alma, meu sangue.

Venha buscar.
Eu não sei brincar.
Talvez eu esteja quebrada,
Um defeito pequeno... É bem aqui no coração.
Ele bate, e sangra.
Não deveria já que sou feita de plástico,

-De que você é feito?
-Madeira. – meu brinquedo responde.

Mentira, ele é feito de ferro, suas mãos vão rasgar meu vestido colorido.
Não sei girar como a bailarina da caixinha de música.
Mas sei te abraçar, sou macia e cheiro a alfazema.

Eu não sei lidar com você.
Meu brinquedo, meu amor.
Toco-te e te faço mover a cabeça,
Sim e não, agora e sempre.

Pano e madeira,
Bonecos vivos nas mãos do destino.
Movendo-se dentro do quarto de brinquedos.
Correndo das mãos das crianças.
Imóveis quando nos convém.

Mas quando ganho vida eu não sei brincar.
Sou boneca e minha beleza está no coração de quem
Pode me abraçar.
Eu não sei brincar.